Guilherme Giesta Figueiredo nasceu em 1997 no estado do Rio de Janeiro. É escritor, educador e formado em História pela Universidade Federal Fluminense. Estreou na poesia em 2015 escrevendo despretensiosamente. Em 2020 lançou seu primeiro livro, Trópico de Capricórnio (Luva Editora). Em 2021 participou da Antologia Poesia Agora – Inverno 2021 (Editora Trevo). Possui ainda poemas publicados em diversas revistas literárias. Atualmente continua escrevendo e expandindo seus sentimentos para outras artes.
[ARLEQUIM]
Oferecer a face à firme palma,
Em busca de vergonhas.
Entrelaçar os dedos
Causando timidez.
Ranger os dentes
Disfarçando clemência.
Tanto ato torpe
Sendo dito e feito
Curvar o tronco
Despedindo-se da plateia
Que agora aplaude
[SONO]
Sobre minha cama de verbos,
Poesia em retalhos.
Recosto a cabeça nos versos.
Nino os sonhos.
Estrofes escorrem pela testa,
Me sinto metalinguístico.
[LAMENTO LUSOTROPICAL]
Dos mares salgados do atlântico
Ergueram-se homens de grosso trato,
Feitos meu bisavô que nunca conheci.
Nas vielas dos meus pensamentos,
busco a imagem do jovem gajo
maltrapilho e esperançoso
Cheguei a falar que trouxe em sua mala
Esperança e saudade
E trouxe também,
uma dose de lirismo,
Lá de Trás-os-Montes.
Maior herança que me deu
Desse sangue ralo que corre em minhas veias
a lusa parte chegou ao meu combalido coração
Meus silêncios eleitos são preces
para que tão doce-ácido portugues,
eu possa escrever aquilo que me cala
Teu nome era o mesmo do meu
Teu sobrenome também era o mesmo do meu
Em duas épocas diferentes,
na triste história desse mundo,
dois jovens de mesmo nome e sobrenome choraram
Lágrimas do sal da terra que uniu pelo tempo tão lusófono lamento.
Foto de Luísa Machado.