Leo Barth, nasceu em 1984. Delmirense dividido entre sertões e capital do caos, Maceió, Alagoas. Começou a escrever por causa da Teologia. O autor possui centenas de poemas inéditos, produzindo-os desde 2001. É co-fundador do grupo “Arborosa”, de poesia, arte visual e fotografia, e editor do staff da Edições Parresia.
montanha
velha
mais
alta montanha sem cor
encabeça profundo vale
ㅤervas mortas vivas em formas d’e
ㅤ caminhada à solidão
De
ㅤpoucos Abismo ‘De
ㅤninguém
ㅤㅤ
C’Ela
ㅤmonstruosa Natureza
ressuscita vermes afiados
ㅤㅤㅤㅤInvertida Graça, ¡ó verdes da
pressa!
albatroz
albatroz esbugalha asas quebradas
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤcom toda alma empalada
tripulação de corvos rindo
o Mar sempre indiferente
sua maldição inócua
contra as tábuas governantes dos vivos
mais que vivos estabelecimentos
a Casa Real e Quintal Alegre
ㅤ ㅤ prostíbulo
ㅤtodo som retratável
ㅤtoda língua esguia não menos perversa de correntes largas
sacerdotes empoderam-se
das fábulas primogênitas
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤCriação
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤsangue
ㅤㅤㅤㅤsexo
vinho consagrado
ㅤㅤ
Frio
ㅤㅤFundo
ㅤㅤ
ㅤㅤㅤㅤAbismo
O Mar indiferente consumindo o albatroz
os profetas os sacerdotes
os prostíbulos templos
e a Lei
Canta Antônio Carcará
ㅤㅤ- ¡Dá-nos o Inferno Eterno!
Sessões do Rato
Desanuviar dos céus
Fumar um cigarro
Tomar uma água gelada que descole
Tripas de cigarros
A piscina rosa e a perna de um palhaço
Com rastreador digital
Ontem matei os meus gatos
Minha vizinha e dois livros antigos
À queima-roupa
Ladrões da Chechênia e caranguejos búlgaros
Uma janela para o disco quebrado
Que desemboca aos miolos de Chambaril croata e caldo baiano
Batendo o recorde de tantas horas semanais de ofício ignorante
Adestrando retardados e mini-traficantes
Que explodirão os três mundos avessos
D’uma goiaba
Nada melhor que um Jazz Fusion para
Comemorar o fim do mundo
E a morte dos líderes messiânicos
E, meu caro amigo, teu disco soa estranho mesmo…
Foto de Luísa Machado.
Comment (3)
Coisa linda de se ler e imergir. Parabéns, amigo Leo.
Alegria imensa publicar em tão nobre espaço! Evoé!
Amei a arte da Luísa Machado!