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31 domingos

por Marcela Sayuri
foto para poema de Marcela Sayuri, por Luísa Machado

Marcela Sayuri é tatuiana e estuda Letras na FFLCH-USP. Aos 8 anos decidiu que queria ser escritora, mas aos 20 só quer saber como irá sobreviver ao fim do mundo. Carrega com orgulho o erre retroflexo no sotaque.


eu não me lembro de nada que eu tenhafeitonomêspassado.
tudo passou tão rápido e eu nem fiz nada que achei até meio confuso. ontem eu quis gargalhar, mas estava sozinha e comecei a me afogar com meu próprio babo – é assim que se dá risada?
já nem lembro mais. mas foi engraçado, admito, eu rindo porque tentei rir e acabei engasgando.
então fui procurar algum vestígio de algo de interessante que eu tenha feito e descobri que acabou xampu de cabelo.
aí lembrei das baratas que matei no banheiro. foram três. havia ficado uma hora com o coração acelerado sem saber como me livrar delas. eram os únicos seres vivos que haviam entrado em casa além de mim por um bom tempo.
então me olhei no espelho.
merda.
cortei a franja sozinha de novo.
você deve imaginar o que isso significa.


Foto de Luísa Machado.

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