Mariane Brugnari nasceu em 1995, no interior do Paraná. Pretende estudar cinema, e atualmente está terminando de escrever um livro de poesias. A escrita tem sido para ela refúgio e solidão.
I
Volto para esse rosto que é meu e não é.
Sombra lúcida e simples.
Antes o fumo espalhado que se contorcia e fugia.
Volto em sopro quente,
Agasalhada e faminta.
II
A luz do farol movendo-se para trás.
É novamente o medo? Seu círculo leitoso
Esparramado em um futuro de flores tímidas.
III
No silêncio da casa, as cores estão altas e cada
Palavra insiste em permanecer acesa.
Percebo a teia de aranha ainda ausente, sendo filtrada
Por uma luz que chega de muito longe.
Alguém passa e acolhe essa imagem como a parte
De uma vida finalmente encontrada.
Tem olhos alheios e dourados,
Caminha da mesma maneira que uma onda recai sobre
A outra.
Foto de Leopoldo Cavalcante.