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coisificação de 1,99

por Lorraine Ramos Assis
Foto de Luisa Machado para poemas de Lorraine Ramos Assis

Publicada em 10 revistas digitais ao longo de dois anos e meio, tais como Ruído Manifesto, Mallarmargens, Vício Velho e Aboio, Lorraine Ramos Assis, em seus 24 anos, é uma artesã do caos. É estudante de Sociologia, na UFF. Integrou a antologia Ruínas, da editora Patuá. Concedeu duas entrevistas no canal “como eu escrevo”.


Coisificação de 1,99

Abrem-se os pavimentos pousados nas avenidas de modo a
detalhar a simetria de sujeitos não flexibilizados
a fragilidade da recomposição: precariedade prefixada na avenida ulrich

Djalma, Djalma, onde está você, Djalma?

Movimentos perfilares eram os feitos da comissão da fortaleza
no imperativo do gozo de tudo alcançar, passo da horizontalidade para a verticalidade
e passo a noite com perguntas do subsistir de minha existência, com desconexa pulsão
trezentos e sessenta graus no taxímetro 
gravidade transtemporal

posição ereta como em um RPG no qual não há dados marmorizados de 20 faces
estimular precocemente seus estímulos era a moeda de troca
fuga retumbar em vinte, trinta, quarenta, cinquenta (cinquenta?) faces encostadas no
painel de
millor
fernandes

no transpirar
o metálico dos lábios revitalizam
e avisto o nascimento e morte dos degradados: o canivete posto em meu bolso
é um canivete que quando você não estava por perto
atentava à autoria do painel

agradeça a sua alma das virtudes sequenciais
a ordem do declínio é perto da avenida simétrica onde aglomeram-se os não emancipados
como um leque chinês comprado em uma loja de 1,99: engajando-se e alistando-se no modo alerta
mas sem o bater do oxigênio para apagar o fogo da função auto-esvaziante
estimular precocemente era o prato de paladares de carnes cruas
dois mil e seis acabou, e agora só me restam dezenove, vinte e vinte e um

comia uma pimenta perto daquele que gritava meu nome
cuspia em sua cara pois a ordenação do sujeito está em crise
todos estamos em crise
um ideário imaginário é a permissão
e através do mimetismo
gritava seu nome no painel de millor fernandes
pela primeira vez, a língua não me é mais uma incógnita


três anos em uma unidade

privação de voz corrói cavaletes em períodos
com princípios registrados por correspondências arrebatadas
além-morte
prosseguindo aos atravancados
vivos

pois a terra plantada em novalho prescinde suposição da barriga fervente em carta lambuzada os

olhos
não
dizem

insônia beirando a choro de agouro da branca pérola
nódulos e prolapsos da enxada do homem de armação criado por novelo cego
que por uma irritação efêmera joga o registro gráfico e sonoro ao sair da porta da esquecida
mãe

queixam-se das não luminárias seres divinos oniscientes onipresentes humanos aos indigentes como
quem busca
terceiros para amortecer queda livre arrebentada em rapel
complacentes do vazio fossilizado mas não da lâmina em foto conservada
o interdito é gastrite provocada por obrigação do ventre


O não equilíbrio permanece atual

Ter amigos a médio e longo prazo era como segurar prestobarba às cegas. Caso não
fizesse o manuseio da corrente em finezas metálicas, o contratual seria rompido. Iria
cortar-se bem fundo até as mãos arreganhadas e a boca convulsivante gritar pelo ardor
da saboneteira.
Decerto somos lúcidos pelo brio do iluminismo e sua autocentralidade desbocada por uma
religiosidade uma vez pungente, mas que agora se encerra.
Mas não éramos lúcidos.
Nunca fomos.
O inconsciente desvelado por eloquentes à procura de um placebo; uma metodologia
analítica ou uma certificação de sua competência sobre-humana era um mundo sitiado
por intubações do ego.
A intersecção entre o minúsculo e o amplo de uma amizade é mediada por um veículo
moral que suporta o acessível de seu receptor na crítica.
Eu nunca lidei bem com críticas.
Eu nunca lidei bem com coisas sobrepostas às minhas ações reconhecidas em
panoramas de internacionalismo.
Os distritos de cemitérios cujas feições são abarrotadas são inúmeras. As árvores
desfolham o irremediável de um tapa na barriga por autoengano.
Não seríamos todos os autos-enganosos?
Como um esqueleto segurando um binóculo, vejo a matiz da duração da experiência e do
narcísico do outro. A mim alojados nas boias
Não se pode mirar aquilo que é contrastante em demasia.

Desejos egocêntricos são socialmente aceitáveis.

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