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Romper ou não uma relação de amizade, adotar ou não um cão, testemunhar uma tentativa de suicídio e dividir-se entre agir ou não agir – a hesitação moral e filosófica é um dos elementos marcantes dos sete contos que compõem este livro. Investigando lembranças e vivências cotidianas em torno de uma mesma protagonista, a autora explora o que acontece entre as bifurcações do pensamento e a ação, movida, quase sempre, pelo ímpeto dos nossos sentimentos e desejos.

Como em um crescendo, esses dilemas vão se acumulando até culminar no último conto, em que a protagonista tenta compreender a relação com a avó, a sua doença e os tempos que existem dentro do tempo. Tudo isso com uma voz de inspiração proustiana, cheia de afeto e honestidade implacável. Ao final, percorrendo os contos como capítulos de uma mesma história, os leitores terão nas mãos um belo romance.

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Sobre

Romper ou não uma relação de amizade, adotar ou não um cão, testemunhar uma tentativa de suicídio e dividir-se entre agir ou não agir – a hesitação moral e filosófica é um dos elementos marcantes dos sete contos que compõem este livro. Investigando lembranças e vivências cotidianas em torno de uma mesma protagonista, a autora explora o que acontece entre as bifurcações do pensamento e a ação, movida, quase sempre, pelo ímpeto dos nossos sentimentos e desejos.

Como em um crescendo, esses dilemas vão se acumulando até culminar no último conto, em que a protagonista tenta compreender a relação com a avó, a sua doença e os tempos que existem dentro do tempo. Tudo isso com uma voz de inspiração proustiana, cheia de afeto e honestidade implacável.

Ao final, percorrendo os contos como capítulos de uma mesma história, os leitores terão nas mãos um belo romance.

Laís Araruna de Aquino

Laís Araruna de Aquino nasceu no Recife, em 1988. É autora dos livros de poesia Juventude (Reformatório, 2018), vencedor do Prêmio Maraã de Poesia, e Nós só compreendemos muito depois (Corsário-Satã, 2021), semifinalista do Prêmio Oceanos. Atualmente escreve prosa, explorando memória e ficção. Seu conto “As canções que você fez para mim” foi publicado no volume 11 da Granta.

Trecho

Nós que nos amávamos tanto

Quando dizia “fui muito feliz”, referia-se logo ao meu avô, que, no tempo do casamento, viajava muito, mas nunca lhe dera motivo para suspeitar de nada na vida – meu avô, morto de enfarto, havia mais de trinta anos, e associado à sua felicidade e à toda a sua existência, embora morto havia mais de trinta anos. Ela dizia “fui muito feliz”, conjugando o verbo ser no passado, o que me impressionava muito, me assombrava, em realidade, porque ela o dizia serenamente, como se narrasse um fato cotidiano, corriqueiro, sem qualquer espécie de terror diante do fim, como se nem mesmo o vislumbrasse, mas claramente o vislumbrava ou o intuía, pois falava no passado, falava “fui”, ao invés de dizer “sou”, e era isto que capturava minha atenção.

Peso 223 g
Dimensões 14 × 0,8 × 21 cm
Editora

Cachalote

Editor

André Balbo

Capa

Julia Jabur

Projeto Gráfico

Leopoldo Cavalcante

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