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3 poemas de Maria Emanuelle Cardoso

por Maria Emanuelle Cardoso
Arte: Still Life with Ham, de Philippe Rousseau.

Maria Emanuelle Cardoso, diaspórica, mulher, nascida na primavera dos anos 2000 em Montes Claros (MG). Tem textos publicados em antologias e revistas. Mãe de gatos frajolinha e rajados e de uma dálmata, ecossocialista, aprecia cinema e artes além de suco de uva gaseificado. Suas cores favoritas são o vinho e vermelho. Gosta de contemplar calangos.


Chicletes tutti-frutti 

andar sempre na ponta dos pés
descalça e silenciosa
sem olhar para os Reumatismos
não se pode despertar os Nomes
todos sob o tegumento de charcutarias
quieta, cada vez mais quieta
imóvel, translúcida, intocada
como a saudade grotesca das cristaleiras
podes beber nos meus copos
esta poeira na superfície
é do acúmulo de olhos


mesmo crescer no escuro é ir em direção a luz

tudo é pequenino,
para ver é necessário arregalar os olhos,
roubar o rosto do tempo
como quem pesca tamarindos
para com os dentes quebrar sua casca
e com a garganta chupar fortemente 
seu sumo azedo
até subirem as canelas
múltiplos caules de muriçocas


Algas Vermelhas

na primeira vez que entrei no rio
fechei os olhos e mergulhei profundamente 
fiquei com gosto de areia e sangue na pele
passei então
a mergulhar como quem para a noite se despe
não completamente, apenas o suficiente
sabendo que tanto na noite quanto no rio
a Areia sempre vem


Arte: Still Life with Ham, de Philippe Rousseau.

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