Almanaque

Linha do tempo da indústria editorial brasileira

Linha do tempo da indústria editorial brasileira

Atualizado em 06/06/2025

Período Colonial (1500–1808) – A Proibição da Impressão no Brasil#

  • 1500–1808 – A impressão de livros no Brasil é proibida por Portugal, restringindo a circulação de textos e forçando a importação de títulos europeus.
  • 1637–1645 – Durante a ocupação holandesa, é instalada a primeira tipografia no Recife, responsável por publicações oficiais e científicas. Com a retomada portuguesa, a impressão é interrompida.
  • 1808 – A chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil traz a Impressão Régia, primeira tipografia oficial do país, marcando o início da circulação de impressos nacionais.

Século XIX (1822–1900) – O Surgimento do Mercado Editorial e a Era dos Folhetins#

  • 1822 – Independência do Brasil e fim do monopólio da Impressão Régia. Tipografias privadas começam a operar.
  • 1823–1860 – Explosão de tipografias no Rio de Janeiro, acompanhada pelo crescimento de livrarias e gabinetes de leitura.
  • 1836 – Surge na França o modelo de romance-folhetim (La Presse, de Émile Girardin), influenciando o mercado editorial brasileiro.
  • 1838 – O Jornal do Commercio publica o primeiro folhetim no Brasil (O Capitão Paulo, de Alexandre Dumas).
  • 1839 – Nasceu Machado de Assis, no Rio de Janeiro.
  • 1850–1860 – Crescimento das livrarias, primeiras editoras nacionais e desenvolvimento de um público leitor no Brasil.
  • 1870–1890 – Expansão da produção editorial com o fortalecimento das editoras e aumento da circulação de jornais e revistas.
  • 1872 – Machado de Assis publica Ressurreição, seu primeiro romance, pela editora de Baptiste-Louis Garnier, um dos principais livreiros do Brasil imperial. A obra marca sua transição do jornalismo e da poesia para a prosa de ficção.
  • 1881 – Publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas em formato de folhetim na Revista Brasileira, rompendo com a tradição narrativa do romance romântico e inaugurando o Realismo na literatura brasileira.

Século XX (1900–1999) – Industrialização, Expansão e Consolidação#

  • 1908 – Morre Machado de Assis, aos 69 anos, no Rio de Janeiro.
  • 1920 – Nasce Clarice Lispector, em Chechelnyk, na Ucrânia.
  • 1920–1940 – Primeiras grandes editoras nacionais se consolidam, como José Olympio, Companhia Editora Nacional e Melhoramentos.
  • 1930–1950 – Expansão do mercado escolar e fortalecimento das editoras de livros didáticos. O governo inicia políticas de compra de livros.
  • 1943 – Clarice Lispector estreia na literatura com Perto do Coração Selvagem. O romance, inovador na linguagem e na introspecção psicológica da protagonista, surpreende a crítica e conquista o Prêmio Graça Aranha.
  • 1940–1960 – Crescimento das livrarias e dos primeiros polos comerciais do setor editorial.
  • 1950–1980 – Consolidação das grandes editoras e surgimento das primeiras redes de livrarias de grande porte.
  • 1952 – Milton Hatoum nasce em Manaus, Amazonas.
  • 1960 – Clarice Lispector lança Laços de Família, livro de contos que explora as tensões e contradições da vida cotidiana, especialmente dentro do ambiente familiar. A obra consolida sua reputação literária e destaca estilo intimista, caracterizado por uma prosa densa aliada ao domínio da poética do conto.
  • 1960–1980 – O governo se torna um dos principais agentes do mercado editorial por meio de compras públicas de livros escolares.
  • 1964–1985 – Durante a ditadura militar, o mercado editorial sofre forte censura. Livros são proibidos e editoras independentes enfrentam perseguições.
  • 1977 – Morre Clarice Lispector, aos 56 anos, no Rio de Janeiro.
  • 1985 – Criação do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD), consolidando o governo como maior comprador de livros no Brasil.
  • 1989 – Milton Hatoum estreia na literatura com Relato de um Certo Oriente, um romance que mescla memória e ficção para narrar a história de uma família de origem libanesa em Manaus. A obra recebe grande reconhecimento da crítica e vence o Prêmio Jabuti na categoria de Melhor Romance.
  • 1990 – Expansão das redes de livrarias e surgimento das megastores, como Saraiva e Cultura, transformando o mercado livreiro.
  • 1995–1999 – Crescimento da concentração editorial, com editoras estrangeiras investindo no Brasil e fusões de grandes grupos nacionais.

Século XXI (2000–atualidade) – A Era Digital e os Desafios da Indústria Editorial#

  • 2000–2010 – Popularização do e-commerce e da venda de livros online. Impressão sob demanda (POD) começa a ser adotada por editoras independentes.
  • 2007 – Lançamento do Kindle nos EUA, impulsionando o mercado de e-books.
  • 2011 – Crise global das livrarias: a falência da rede Borders nos EUA acelera mudanças no setor editorial.
  • 2011 – O crescimento das editoras independentes ganha força no Brasil, desafiando o modelo dos grandes grupos editoriais.
  • 2012 – Amazon chega ao Brasil, alterando a dinâmica de preços e distribuição de livros no país.
  • 2015–2020Boom das revistas literárias digitais, com publicações experimentais e espaços alternativos para novos escritores.
  • 2017 – Publicação de A Noite da Espera, que marca a incursão de Milton Hatoum na literatura de formação. O romance acompanha a juventude de um protagonista deslocado em meio às turbulências da ditadura militar brasileira, explorando temas como exílio, amizade e perda.
  • 2018 – Crise das megastores no Brasil: Saraiva e Cultura pedem recuperação judicial, acumulando quase R$ 1 bilhão em dívidas e impactando editoras que operavam no modelo de consignação.
  • 2019–presente – Fortalecimento das editoras independentes e da venda direta. Selos independentes consolidam-se no mercado com estratégias como pré-venda mínima, financiamento coletivo, clubes de assinatura e participação ativa em feiras literárias.
  • 2021–presente – Retorno das livrarias de rua após a pandemia e reconfiguração do varejo. Pequenas livrarias passam a atuar com eventos culturais e curadoria especializada, enquanto o setor segue lidando com o aumento dos custos de produção e a concorrência digital.
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Referências: Todas as fontes utilizadas neste texto estão listadas na seção de referências gerais do documento. Para mais detalhes, consulte a listagem completa.