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minha casa como obra de arte

por Guilherme Talerman
Mago (2020) - Ana Prata, ilustrando ensaio de Guilherme Talerman

Guilherme Talerman Pereira (24) é formado em Direito pela Universidade de São Paulo e cursa Filosofia também na mesma instituição. Deseja mudar de carreira (se uma mudança antes do início de uma carreira significa realmente uma mudança de carreira em si) e ser professor. Seus escritos são abertos à crítica, mas serão defendidos ferrenhamente. Escreve no blog ContraTalerman. É colaborador-fixo de literatura na Aboio.


A definição conceitual de ornamento tem uma paradigmática formulação na “Teoria geral das belas artes” de Johann Georg Sulzer, no verbete que sou obrigado a aqui em parte reproduzir:

[Ornamentos] São partes menores singulares, que não pertencem à constituição essencial de uma obra de arte, mas foram meramente acrescentados a ela para o incremento da conveniência e, por assim dizer, se encontram anexados à obra. [1]

A obra de arte seria, então, um objeto extraordinário – tanto em qualidade quanto em escassez -, uma joia rara, acolhida historicamente como tal a partir de diversos e variantes critérios, mas que, no século XVIII alemão, sua identificação era regida pela noção de autonomia/unidade. Ornamento seria, nesse sentido, o belo que não é uma obra de arte, mas aquela coisa deliberadamente anexada a ela para lhe conferir maior agradabilidade, “que servem meramente para o incremento da riqueza e beleza exterior” [2], tornando-a passível de melhor fruição, conferindo-lhe “uma aparência magnífica” [3].

E cada arte tem o seu ornamento: as estátuas e vasos, na arquitetura; digressões e algumas notas de rodapé, na poesia; a moldura, na pintura, e assim a coisa vai. Sem eles, a obra de arte permanece bela, e algumas de suas espécies talvez nem sequer admitam a sua presença. 

Porém, se a presença do ornamento é julgada imprescindível, seu uso comedido é recomendado: com eles em justa medida, a obra de arte pode ser sutilmente mais iluminada, e, consequentemente, mais agradável; com eles em demasia, a obra de arte é degenerada, sob pena de transformá-la em “monstruosidades”, “feiúra desgarrada” ou “um todo risível”[4].

Sócrates já discutira essa temática no diálogo Hípias Maior, em 289d-291c, ao discutir o belo como o ouro, aquilo que, ao ser acrescentado a uma coisa, a torna bela, sempre:

Todos nós sabemos que o objeto a que acrescentamos ouro, por mais feio que fosse antes, fica bonito com esse ornato… [5]

 A regra fundamental de Sulzer, desse modo, resume bem o lugar do ornamento na arte: “uma obra suporta tanto menos adereços quanto mais força estética essencial possuir” [6], ou seja, o ornamento serve mais às obras menos sérias – e seriedade deve aqui ser tomada em seus amplos e díspares significados.

O ornamento tem origem “no gosto inato pelo belo que há em todos os homens.” Todos os povos, mesmos os mais “rudes”, são sensíveis aos ornamentos: colares, ouro, entalhes na madeira:

Pois assim como os pastores construíram as suas cabanas a partir de troncos, galhos e ramos, assim também quiseram posteriormente enfeitá-las. [7]

Esse impulso natural do ser humano de embelezar as coisas torna ainda mais 

saliente a excepcionalidade de nossa espécie: diferentemente dos demais animais, temos uma certa espiritualidade ontológica: 

Esse gosto mostra que há algo de mais elevado e mais nobre na natureza humana do que na animal, que não conhece nenhuma sensação além daquelas que têm origem nas necessidades corporais. [8]

Uma de suas primárias funções também é eminentemente prática: os ornamentos escondem falhas, rachaduras da obra de arte. É, em suma, o refúgio da arte, assim como o são essas novas televisões de elevadores em condomínios para seus usuários: a televisão liberta-nos do forçado convite ao breve diálogo e à mútua vergonha de não sabermos o nome de nossos próprios vizinhos.

Há, ainda, um ponto muito interessante na questão dos ornamentos que merece maior consideração. O ornamento pode ser ele mesmo uma obra de arte se considerado individualmente, mas, no todo relativo da obra de arte a que faz referência, sua essência é transmutada à de adereço. Temos, desse modo, dois tipos de ornamentos: aquela coisa bela que não é obra de arte e a obra de arte que é transformada em ornamento por uma teleologia exógena.

Uma pintura de Lygia Pape pode, por exemplo, ter sua dignidade ontológica alterada quando incluída numa construção de Lina Bo Bardi, como o Museu de Arte de São Paulo. De obra de arte para ornamento. Se isso é uma perda para a arte, uma mera bobagem relativista ou um ganho de valor através do acolhimento de perspectivas, deixo para outrem bater o martelo. 

Esse movimento tornou-se saliente aos meus olhos quando, pela primeira vez, passei a refletir sobre a minha própria casa e a arte que tem a ela como lar.

Alguém já disse que o ser humano seria composto de duas raças distintas: a das pessoas que emprestam e a das pessoas que pedem emprestado. Eu acredito que o humano é um pouco mais complexo do que isso. Assim, reformulando esse antigo ditado, temos que o humano é composto de quatro – e não duas – raças distintas: a das pessoas que emprestam, a das que não emprestam, e a das pessoas que realmente conhecem os quadros pendurados em suas paredes, e a das que não realmente conhecem os quadros pendurados em suas paredes. [9] Consideremos aqui que conhecer apenas um quadro, caso haja mais de um, como suficiente habilitação para a terceira raça.

Há quatro quadros em minha casa. Se não fosse por um deles, eu seria integrante da raça dos que não realmente conhecem os próprios quadros. Esse quadro-exceção sempre foi motivo de vergonha para mim e hoje, nesse contexto pandêmico em que nossos quartos, salas, cozinhas e até banheiros se tornaram nossos escritórios e salas de aula, ele se tornou motivo de justificativas e desculpas preventivas minhas em reuniões virtuais. Os demais quadros são aqueles típicos quadros que temos em casa: completamente passáveis ao comentário e reflexão, desconsideráveis ao olhar. 

Talvez alguns de vocês já imaginam quem é o autor do quadro-exceção, mas vamos chamá-lo de “RB”. RB é um famoso artista brasileiro que produz uma arte considerada como não-arte por muitos. [10] São obras coloridas, cheias de formas, com a figuração de animais ou pessoas, e que muita gente tem em casa uma cópia. A mim, atualmente, suas obras não imprimem reação alguma, pois acho que me acostumei com elas, uma vez que o quadro-exceção supramencionado sempre esteve pendurado em meu quarto.

Mas, como dito, a necessidade de justificar-me perante os outros quanto a esse quadro exauriu minhas forças e, por uma bela volta do destino, outra pintura apareceu em minha porta. Ao substituí-lo, minha madrasta comentou que o quadro-exceção só se mantivera em minhas paredes [11] por um suposto gostar meu e de meu irmão, já que esse quadro pré-datava o divórcio de meus pais. Como parte da minha memória afetiva. [12]

A esse ponto você já deve ter notado que não me importo muito com o estado estético de minha casa. Um exemplo claro disso é o quarto da casa de minha mãe: há muito tempo minha mãe adornou minhas paredes com adesivos de notas musicais e formas geométricas, e eu decidi não opinar sobre isso. Num momento catártico, minha mãe desmantelou uma figura formada por círculos e retângulos, e o resultado ainda se encontra preso à minha parede: um grande falo azul. 

Pensei em adquirir um quadro apenas uma vez em toda a minha vida: eu me encontrava na feira da Praça Benedito Calixto, em São Paulo, há muitos anos, quando um quadro de feições japonesas olhou para mim. Era majoritariamente branco, com algumas pinceladas de outras cores (azul ou magenta), e moldura em dourado. Deixei passar a oportunidade por falta de dinheiro e nunca mais o vi. Quem sabe um dia não nos reencontraremos. [13]

O novo quadro que ganhei, por outro lado, retrata cinco meninos, de seis a dez anos, um pequeno cão de pelos pretos [14] e um burrinho cinza correndo por uma estrada de terra. Ao redor, plantas [15], uma estrutura de tijolos ao fundo com um portão à direita. As crianças perseguem o burrinho, como se o atiçando [16]. O cão segue as crianças, à frente, latindo e mostrando seus brancos dentes. É dia. O quadro foi pintado apenas em preto e branco. [17] Não há vidro que proteja a tela, e a moldura que o acompanha é de madeira marrom claro. [18] Daqui em diante o chamaremos de “Burrinho”. 

Para quem não conseguir visualizar essa pintura [19] a partir de minha descrição, sugiro a leitura do conto O Prado de Biéjin, de Turguêniev. [20] Em verdade, a leitura desse conto foi a razão primeira de minha motivação ao aceitar o Burrinho. Lá, as crianças do Burrinho estão vivas, respiram, e morrem de medo ao narrar umas às outras suas histórias sobrenaturais, tiradas do folclore local russo. Se me lembro bem, há mesmo cinco meninos ao redor da fogueira [21], e todos seriam perfeitamente representados pelos meus meninos do Burrinho. E, melhor me lembrando, um deles até morre ao cair de um equino… [22]

A avó de minha namorada foi quem me deu o quadro, uma octogenária que desafia, em seus hábitos, aquilo que esperamos de pessoas idosas e magistrados brasileiros – a inamovibilidade. Ela estava de mudança e o novo apartamento não tinha tantas paredes quanto o antigo. Minha namorada me perguntou se algum quadro que ela estava doando era de meu agrado, e, logo que o vi, já gostei do Burrinho, justamente pelo conto russo acima citado, eu acho.

Peguei o quadro numa noite paulistana e, no dia seguinte, fui até a casa de meu pai. Tirei RB da parede, com um sorriso no rosto, e o coloquei ao lado da cama. A parede que sofria atrás do quadro estava manchada pela moldura, traços pretos a riscavam. Decidi a princípio não limpar as cicatrizes na parede, e sobre elas instalei o Burrinho. Foi um sucesso: meus irmãos adoraram o quadro. [23]

Pois bem, o Burrinho substituiu RB. Mas será mesmo? RB, há muito tempo, deixara de ser mero quadro pendurado em minha parede, para se tornar o atestado de meu ser perante os olhos da humanidade. Possuir RB não mais me permitia expressar essa relação homem-quadro da mesma forma: eu mesmo era aquela arte, de certa forma, e a arte era eu mesmo. E eu não queria ser a pessoa que não realmente conhece os quadros em minhas paredes. Logo, conhecer Burrinho tornou-se uma missão pessoal.

Por esse motivo, pela primeira vez conversei de verdade com a avó de minha namorada. Perguntei a ela de onde vinha o Burrinho, sua história e segredos. Ela me respondeu que o quadro sempre esteve pendurado em sua casa, e que sua origem era a seguinte: há mais de 15 anos ela, ainda casada, recebera o quadro de um casal de amigos, uma vez que esse casal foi obrigado a se mudar para Fortaleza por pressão de uma filha, já crescida, que havia voltado da Austrália. Eles tinham mais um filho, que provavelmente permaneceu em São Paulo. Devido à distância, ela nunca mais havia falado com eles.

No dia seguinte procurei o nome do filho desse casal [24] e encontrei seu telefone. Tivemos uma ótima conversa, na qual ele me revelou que sua mãe morrera há anos, seu pai sofrera um AVC há tempos e hoje é cuidado por profissionais, e que lembrava da família de minha namorada. Enviei a ele uma foto do Burrinho, pintura que ele reconheceu na hora e me disse que realmente ficava pendurado em sua casa, quando ainda morava com os pais, e só. Encaminhou a foto e as informações ao pai, mas esse não acrescentou nada à investigação por motivos de memória. Uma pena.

O que me restou, consequentemente, foi ver o Burrinho pelo que é, sem passado. Só que me falta, ainda, uma bagagem conceitual bem como uma maior sensibilidade estética para isso. Como obra de arte, ele permanece uma incógnita até hoje para mim. Escrever essas palavras pode ter sido apenas uma oportunidade para conhecê-lo melhor. O saldo é, assim, aparentemente positivo: finalmente escrevi um ensaio. 

Tentei conhecer as demais pinturas de casa, porém elas não tinham vida em dois sentidos: i) não eram aprazíveis ao olhar, mas também não eram repulsivas – eram nulas à beleza; ii) não tinham uma história. Suas assinaturas, por exemplo, estavam embaçadas ou apresentavam o nome de um artista que não existe para os compradores ou para a internet. 

Termino, portanto, reconhecendo que hoje sou da raça daqueles que não realmente conhecem os quadros pendurados em suas paredes. Minhas paredes têm quadros, mas eu não os tenho como gostaria. Esses quadros não são verdadeiras obras de arte, pois não têm a força necessária para serem lembrados na história de nossas vidas.

Porém, o Burrinho recentemente passou a revelar sinais de vida. Como um ornamento, sua presença passou a ocultar defeitos de minha casa. Sob sua bagunça infantil, eu e meus irmãos brincamos e bagunçamos a nosso modo, protegidos dos gritos de minha madrasta e os machismos diários de meu pai. Mais ainda, o Burrinho fala quando explode o silêncio desse casal que ainda sempre disputa.

Por outro lado, às vezes me pego olhando para o quadro enquanto tenho uma aula on-line e algo se mexe em meu coração. Não mais peço perdão ou me justifico em minhas reuniões de trabalho. E, também às vezes, pego meus irmãos, meu pai ou madrasta olhando para o quadro e penso “o que o Burrinho é para você?”. Não tenho ainda a resposta certa para isso.

É claro que identificar esse quadro como ornamento pressupõe que algo seja uma obra de arte. Logicamente, a minha casa seria essa obra de arte, uma hipótese deveras difícil de acreditar e, mais ainda, impossível de racionalmente ser demonstrada ou persuadir.

Mas quando vejo meu irmão pequeno correndo (com uma espada e um dinossauro de plástico em suas mãos) atrás de minha velha cachorra que late, ou quando sinto a cabeça de minha irmã apoiada em meu ombro direito enquanto ela ri de soluçar (como apenas as crianças sabem) de um vídeo qualquer que achou no celular, parece que, por um instante, talvez, o ser mesmo do belo está sendo forjado e lapidado. Aqui. Agora.


Referências bibliográficas

Hípias Maior. Hípias Menor / Platão; tradução Carlos Alberto Nunes; editor convidado Plinio Martins Filho; organização Benedito Nunes & Victor Sales Pinheiro; texto grego John Burnet. – Ed. bilíngue. – Belém: ed.ufpa, 2016.

KRUBSACIUS, Friedrich August, Breve investigação sobre a origem dos ornamentos, de sua modificação e expansão até o seu atual declínio, além de algumas propostas bem intencionadas para o aperfeiçoamento e regramento de todos os tipos de adereço, tradução de Oliver Tolle, Universidade de São Paulo 

SULZER, Johann Georg, Teoria geral das belas artes, Adereços, tradução de Oliver Tolle, Editora Clandestina. Encontrado em: https://www.editoraclandestina.org/verbetes

SULZER, Johann Georg, Teoria geral das belas artes, Ornamentos, tradução de Oliver Tolle, Editora Clandestina. Encontrado em: https://www.editoraclandestina.org/verbetes

TURGUÊNIEV, Ivan, Memórias de um caçador – São Paulo: Editora 34, 2017 (2a Edição).


[1]: SULZER, Johann Georg, Teoria geral das belas artes, Ornamentos, tradução de Oliver Tolle, Editora Clandestina. Encontrado em: https://www.editoraclandestina.org/verbetes

[2]: SULZER, Johann Georg, Teoria geral das belas artes, Ornamentos, tradução de Oliver Tolle, Editora Clandestina. Encontrado em: https://www.editoraclandestina.org/verbetes

[3]: KRUBSACIUS, Friedrich August, Breve investigação sobre a origem dos ornamentos, de sua modificação e expansão até o seu atual declínio, além de algumas propostas bem intencionadas para o aperfeiçoamento e regramento de todos os tipos de adereço, tradução de Oliver Tolle, Universidade de São Paulo, p. 220. 

[4]:  Ibid., p. 221

[5]: Hípias Maior. Hípias Menor / Platão; tradução Carlos Alberto Nunes; editor convidado Plinio Martins Filho; organização Benedito Nunes & Victor Sales Pinheiro; texto grego John Burnet. – Ed. bilíngue. – Belém: ed.ufpa, 2016, p. 91

[6]: SULZER, Johann Georg, Teoria geral das belas artes, Ornamentos, tradução de Oliver Tolle, Editora Clandestina. Encontrado em: https://www.editoraclandestina.org/verbetes

[7]: Ibid.

[8]: Ibid.

[9]: As pessoas que não detêm quadros em suas paredes entram nessa última raça/categoria.

[10]: Antes, eu era desse grupinho. Agora, acredito que suas obras são obras de arte ruins. Não sei qual das duas opções é melhor, entretanto.

[11]: Mudamos de apartamento uma única vez nos últimos 18 anos.

[12]: Não mesmo.

[13]: Após escrever esse parágrafo, um dos últimos que escrevi deste ensaio, saí em busca desse quadro. Fui à feira e procurei por ele em cada tenda. Nada encontrei. Achei apenas um quadro lindíssimo que representava um tecido azul matizado, mas extremamente caro.

[14]: Seu pelo é daqueles bagunçados, espetados, dignos dos vira-latas brasileiros que encontramos nas ruas. Tenho uma conhecida que convive com um desses. Não sei se posso revelar seu nome aqui, pois tenho medo de parecer transgredir o anonimato a que nós, ensaístas, somos forçados a aqui obedecer até o resultado final dos jurados. Ela o resgatou, não sei bem como e de onde, e, por ter muito sofrido, hoje tem um pouco de medo de homens. Completamente justificável.

[15]: Arbustos à direita, no fundo, e, em primeiro plano, gramíneas e algumas minúsculas flores brancas.

[16]: Todas as crianças estão descalças. A que aparenta ser a mais velha, de casaco escuro, chapéu e boca aberta, segura um pau de madeira na mão direita, bem como o segundo mais velho logo atrás. À esquerda do burrinho (ou seja, à nossa direita), o terceiro mais velho, todo de branco, segue colado ao animal (acredito que tenha lhe dado uns tapas na parte traseira). O segundo mais novo está caído no chão, à esquerda do burro, estatelado. Provavelmente acabara de tropeçar, decorrência do desnível natural da estrada de terra, cheia de pedras em seu caminho. O mais novo está atrás de todos e quase parado. Parece processar a situação. Ele segura uma vassoura na mão esquerda. Brinco com meu irmão mais novo que ele seria esse menino, pois as idades talvez coincidam. Ele não aceita isso, terminantemente.

[17]: Apesar de que a cor azul me vem em mente quando penso nele.

[18]: A moldura é mais complexa do que isso, mas não sei bem como explicar por palavras. Não é apenas uma faixa de madeira simples, é desnivelada três vezes, como duas ondas imóveis, uma ao lado da outra.

[19]: Isso foi definido, em verdade, única e exclusivamente por minha vontade.

[20]: Sendo a arte, segundo os modernos estetas alemães, a faceta mais evidente e elaborada do obscuro e indemonstrável conhecimento sensível e a organizadora do caos de nossas percepções, o texto de Turguêniev, como arte, supera de modo qualitativo as minhas palavras mal-arranjadas.

[21]: Fui pesquisar: “Ao todo, os meninos eram cinco: Fiédia, Pavlucha, Iliucha, Kóstia e Vânia.” Turguêniev, Ivan, Memórias de um caçador – São Paulo: Editora 34, 2017 (2a Edição), p. 117

[22]: “Infelizmente devo acrescentar que, naquele mesmo ano, Pável se foi. Não se afogou: morreu ao cair de um cavalo. Pena, era um rapaz excelente!” Ibid, p. 136

[23]: Minha madrasta não. Mas como já disse Sócrates ao final de Hípias Maior: “Uma coisa, pelo menos, Hípias, presumo haver aproveitado em vossa companhia: imaginar que compreendo o significado do provérbio: O belo é difícil.” Hípias Maior. Hípias Menor / Platão; tradução Carlos Alberto Nunes; editor convidado Plinio Martins Filho; organização Benedito Nunes & Victor Sales Pinheiro; texto grego John Burnet. – Ed. bilíngue. – Belém: ed.ufpa, 2016.

[24]: Investiguei sua pessoa através de um programa que utilizo em meu trabalho, mas que não posso revelá-lo a vós porque assinei um documento que obriga o meu sigilo. Estou bem satisfeito com esse trabalho, pois me permite desperdiçar um pouco de tempo em aventuras banais (como essa).


Imagem: Maga (2020) – Ana Prata. Todos os direitos da autora.

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