Em seu livro de estreia, Mabel explora a memória, perda e infância, mostrando como sentimentos opostos podem coexistir.
Lembrar não é, necessariamente, organizar o passado, mas bagunçá-lo de um jeito novo. Partindo desse princípio, em "Novos amigos", Mabel trata a memória como um campo de colisão: episódios distantes no tempo se esbarram, se contaminam, se alteram mutuamente. No poema de abertura, duas cenas – uma troca de roupa na infância, uma tentativa de transa na adolescência – se entrelaçam para mostrar que o que nos marca não tem hora certa para acontecer. Há algo que muda para sempre, mas essa mudança vibra entre o riso e o constrangimento, entre o susto e a ternura.
Ao longo do livro, o luto e a brincadeira formam uma dupla improvável e inseparável. O pai que morreu volta com dedos calejados e cheios de confete; os amigos perdidos reaparecem em formas indefinidas; a infância, que parecia enterrada, ressurge com força de encantamento. Mabel não traça fronteiras entre ser criança ou adulta: ela atravessa esses limites com a mesma naturalidade com que guarda cacos de lembrança. Com imaginação e melancolia, ela propõe um outro caminho para a poesia: onde o fantasma sorri, a dor dança, e a lembrança inventa aquilo que parecia já ter acabado.
Lembrar não é, necessariamente, organizar o passado, mas bagunçá-lo de um jeito novo. Partindo desse princípio, em "Novos amigos", Mabel trata a memória como um campo de colisão: episódios distantes no tempo se esbarram, se contaminam, se alteram mutuamente. No poema de abertura, duas cenas – uma troca de roupa na infância, uma tentativa de transa na adolescência – se entrelaçam para mostrar que o que nos marca não tem hora certa para acontecer. Há algo que muda para sempre, mas essa mudança vibra entre o riso e o constrangimento, entre o susto e a ternura.
Ao longo do livro, o luto e a brincadeira formam uma dupla improvável e inseparável. O pai que morreu volta com dedos calejados e cheios de confete; os amigos perdidos reaparecem em formas indefinidas; a infância, que parecia enterrada, ressurge com força de encantamento. Mabel não traça fronteiras entre ser criança ou adulta: ela atravessa esses limites com a mesma naturalidade com que guarda cacos de lembrança. Com imaginação e melancolia, ela propõe um outro caminho para a poesia: onde o fantasma sorri, a dor dança, e a lembrança inventa aquilo que parecia já ter acabado.
os pais não entendem as filhas
não sabem como transar em pé
no banheiro
com o primo talvez
seja a sua última chance
de amar
luiz viu toda a minha calcinha
na troca do uniforme pro balé
enquanto ele ri, se diverte
alguma coisa dentro de mim
muda para sempre
Mabel nasceu no ano 2000 no Rio de Janeiro. É formada em Letras e faz pesquisa na UFRJ. Publicou a zine "rua das bobas, nº3" (2021), as "plaquetes tinta fresca" (2022) e "canivete de feira" (Fictícia, 2023). Coedita a revista digital de poesia "Parque dos Parquinhos". "Novos amigos" (Cachalote, 2025) é seu primeiro livro.
Publisher, Editor
Capista, Diretora de arte
Comunicação
Editor, Preparador de texto
Assistente de Produção
Revisora, Comercial
Ilustradora
Orelhista
Compre a versão digital (e-book) com desconto!
Garanta já seu exemplar com 10% de desconto! Você recebe de brinde um marcador de página com a arte da capa.
Garanta já seu exemplar e a ecobag exclusiva da Aboio com 10% de desconto! Você recebe de brinde um marcador de página com a arte da capa.
Garanta já dois exemplares do livro com 10% de desconto! Você recebe de brinde dois marcadores de página com a arte da capa.
Garanta já dois exemplares do livro + 2 ecobag exclusivas da Aboio com 10% de desconto! Você recebe de brinde dois marcadores de página com a arte da capa.