Sobre
“Nos últimos dias eu descobri, meio que por acaso, que Paris tem a metade do tamanho de Recife, porém com o dobro de habitantes”. Com esse contraste duplo tem início Dama de Espadas, romance que, não por acaso, é construído a partir de dois fios narrativos: a carta escrita por uma mulher que corre perigo e o relato detetivesco que acompanha o perito Michel Le Goff em torno de um mistério – um incêndio fatal na Catedral de Notre-Dame.
Alternando registro, catarse e confissão, a autora investiga dimensões da verdade, buscando desvelar a sutileza de relacionamentos violentos, de um lado, e a brutalidade de enigmas miúdos, de outro.
Bebendo de fontes do horror e do sobrenatural, o romance de Mariana Figueiredo se soma à tendência de autores que reconstroem, na ficção, as hierarquias de gênero.
Mariana Figueiredo
Mariana Figueiredo nasceu no Recife, em 1987. Formada em Letras pela Sorbonne Université, faz mestrado em Estudos Lusófonos na mesma instituição e pesquisa literatura gótica e de horror no Brasil.
Trecho
Dama de Espadas
É isso, a Catedral de Notre-Dame já era. As duas torres da frente aparentavam estar intactas, assim como a fachada, mas o teto e a torre central desabaram. Ele não sabia calcular a dimensão do prejuízo material e simbólico que aquele evento significava. Não entendia de arte, patrimônio, arquitetura, mas ele tinha a impressão de que a própria História se desfazia em cinzas na frente de seus olhos.
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