SOBRE
Romance de estreia de Juliana W. Slatiner, Eu era uma e elas eram outras começa com a história de uma brasileira presa no Nepal e depois transborda para uma investigação sensível sobre silêncio, comunhão e a condição feminina.
Para a jornalista, cineasta e apresentadora Krishna Mahon, que assina a orelha do livro, “[P]ersonagem, escritor e leitor não conseguem largar a reflexão vertiginosa sobre as crenças e relações humanas, enquanto são levados por uma escrita leve e ao mesmo tempo extremamente profunda”.
Marcado pelo descobrimento e a vertigem, o romance Eu era uma e elas eram outras nos convida a embarcar numa jornada deslumbrante pelo mistério e o desconhecido.
AUTORA
Juliana W. Slatiner nasceu no Rio de Janeiro, mas cresceu em Belo Horizonte. Formada em Comunicação Social, atuou como redatora publicitária. Após um período de crise, Juliana mudou-se para a Bahia. Depois, durante cinco anos, com uma mochila nas costas, passou por mais de 30 países. Hoje, mora em Berlin. Eu era uma e elas eram outras foi uma tentativa de condensar sua experiência de vida no Brasil assim como no exterior.
TRECHO
“Imagino que você esteja aí, tão presa quanto eu”. Não cogitava que alguém estivesse naquela situação por escolha própria. “Preciso saber se você está me ouvindo, se pode me ajudar…”. As letras se envergonharam da minha entonação infantil e sumiram assim que olhei para elas de novo. Depois de um tempo disfarçando para mim mesma, e com vergonha da parede, as palavras que escrevi voltaram à mente e apareceram de novo na minha frente. “Se pode me ajudar”. Pensei no tipo de ajuda que eu realmente procurava. Se, do outro lado da parede, alguém não tivesse com uma pipa recheada pronta para ser acesa, eu teria pouco interesse. Nem mesmo em fugir eu pensava, e no fundo, se naquela cela houvesse ópio suficiente para eu fumar até morrer, me daria por satisfeita com meu destino. Parei de escrever naquele dia.
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