Sobre
Desde a sua chegada ao Rio de Janeiro, Fábio Franco se pergunta o que é ser aracajuano.
Os 15 contos de Faça de tudo para não precisar da coragem são a sua tentativa de encontrar uma resposta.
Presença constante no livro, a cidade de Aracaju surge como uma entidade quase tangível, uma força capaz de moldar os sentimentos e experiências de seus filhos.
As histórias mergulham profundamente na temática da maternidade sob diversas facetas, explorando tanto a presença dominante quanto a ausência das mães na vida dos personagens.
Franco tece histórias que não dependem de grandes eventos para impactar, focando em situações íntimas e desafiadoras que deixam marcas indeléveis nos protagonistas das narrativas, destacando suas lutas e transformações pessoais.
Fábio Franco
Aracajuano vivendo no Rio de Janeiro há dez anos, Fábio Franco comprou, ainda criança, um caderno para escrever uma história que nunca acabava. Também costumava se deitar entre carros estacionados só para fingir que havia sido atropelado. Hoje, aos 34, usa a obsessão pela ficção para escrever, e tudo o que vive se transforma em texto. Considera a escrita um ofício perigoso e divino: um pouco como brincar de Deus, com toda a responsabilidade que isso traz.
Trecho
“Terminarei o almoço, e então tudo ficará bem”, pensou. Mas foi no giro de volta à pia, o giro que deveria ser rápido, mas que foi feito com grande esforço, que viu a lanterna cair e então o breu. A faca deslizou pelo chão atravessando a mesa até os pés do garoto. Os dois se olharam surpresos e ela demonstrou pela primeira vez uma expressão de horror que a tanto custo tentava esconder.
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