SOBRE
Paulo Scott, um dos nomes mais originais da literatura brasileira, reúne poemas que expressam sua própria perplexidade diante de um mundo esgotado, marcado por rupturas e isolamentos, guiado pela frieza das máquinas e suas luzes cegantes.
CAPA
A capa de Luz dos Monstros é assinada pelo artista Fabio Zimbres.
A dicotomia preto-branco representa o jogo linguístico dos poemas aqui presentes. Para o autor, “o uso do branco carrega a intenção da luz capturando o que não está pronto para ele, pronto para sua explosão, para a nova realidade, a nova linguagem que impõe”.
O título, ao mesclar-se com a ilustração, carrega o não revelar por completo, reforçando “a dúvida que invasão alguma vencerá”.
Nessa linha, o preto serve como fronteira, subjetividade e dança. “A dança-caos que só a leitura da poesia consegue provocar”, afirma Paulo Scott.
COLEÇÃO SARGAÇO
Sargaço é uma alga marinha escura que invade súbita e inesperadamente as praias latino-americanas. De um dia para o outro, a areia da praia acorda manchada, melancólica. Quando transbordam, só o tempo devolve os sargaços para as águas.
Luz dos Monstros integra a nossa Coleção Sargaço.
Tratando de temas sensíveis, a Coleção Sargaço trará títulos com uma proposta mais intimista, livros com discursos sobre isolamento, paranoia, tristeza e luto.
POEMAS
penso em você
cada vez que penso
que preciso reaprender
a respirar (e ter costume)
encaro a floresta
a fricção das árvores
o que talvez ainda esteja
na fricção das árvores
a transformar o som
de um mundo à noite
que já não me chega em luz
–
o ódio veste outro rosto
a casa não chega
o incêndio lava a colheita
e o céu descansa
sobre jovens pedindo
para não morrer
madre-gincana-justiça
balança e dança sua pele pedra
Cristo empina a motoca
e acelera
do céu, os pássaros fogem
(em sua eterna pré-história)
restauram-se
hipnotizados
ardem
lúcifer enquanto podem
–
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“full_text” : “o mar eletrônico ronca \ suas respostas ao roncar \ dos recifes deste quarto \ que são a balsa, as paredes e as garrafas de vinho vazias \ que arremessamos nas apinajés \\ miniatura que é o talvez \ (pelo gesso do viver) \ chegada de cada manhã \ este sonho-invólucro, duplo \ você e o seu inexplicável(quase decifrável) sorriso“
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