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[O edifício do Centro comercial]

por Damián Ríos (trad. Douglas Ferreira)
Fotografia: Avenida Rio Branco – Photo Lopes Rio (Acervo Instituto Moreira Salles).

Damián Ríos nasceu em Concepción del Uruguay (Argentina) em 1969. Publicou La pasión del novelista (Deldiego, 1998), De costado (Deldiego, 2000), Poemas perros (Belleza y Felicidad, 2001), El perro del poema (Vox, 2004), Habrá que poner la luz (Eloísa Cartonera, 2005), Como um zumbido (Gog y Magog, 2008), Entrerrianos (Mansalva, 2010), Soy pata (Neutrinos, 2012), El verde recostado (Caballo negro, 2013) y Bajo cero (Ivan Rosado, 2013). Co-dirige o selo editorial Blatt&Ríos. 

Douglas Ferreira, 1993, nasceu em Pirapora (MG) e atualmente reside em Belo Horizonte (MG). Formado em Letras pela UFMG, atua como professor de literatura e editor da Revista Cupim. Possui textos seus publicados na Revista Em Tese (UFMG) e na Revista Opiniães (USP), além de publicar regularmente na Revista Mormaço. É autor de Artur verde (Alecrim, 2020).


Tradução de Douglas Ferreira

O edifício do Centro comercial
se erguia por cima do resto
da cidade em que eu vivia.
Tinha quatorze pisos
e como escrevo de memória
não posso dar muitos detalhes.
Estava situado em uma esquina
em frente à praça e à noite
as luzes o iluminavam
pela metade, o resto
permanecia às escuras,
contra o céu mais escuro.
Do seu terraço
viam-se os limites
da zona urbanizada
e o rio e em dias muito claros
algum povoado do Uruguai:
casas brancas, ilhas verdes,
o ar transparente
das manhãs, a rua Galarza
que se perdia até chegar ao Cemitério.
Sei que alguns de seus habitantes
estão mortos, ou todos que viviam
quando eu admirava de baixo
esse edifício, agora que reflito.
Nenhum dos que estão agora
estava quando eu estava.
Mas o edifício segue aí
e eu aqui, dois blocos habitados
com algumas mortes em cima.


El edificio del Centro comercial
se erguia por encima del resto
dela cuidad em la que yo vivía.
Tenía catorce pisos
y como escribo de memoria
no puedo dar muchos detalles.
Estaba ubicado en una esquina
frente a la plaza y de noche
lo iluminaban lãs luces
hasta la mitad, el resto
permanecía a oscuras,
contra el cielo más oscuro.
Desde su terraza
se verían los límites
de la zona urbanizada
y el río y em días muy claros
algún pueblito de Uruguay:
casas blancas, las islas verdes,
el aire transparente
de las mañanas, la calle Galarza
que se perdía hasta llegar al Cementerio.
Sé que algunos de sus habitantes
han muerto, o todos los que vivían
cuando yo admiraba desde abajo
ese edificio, ahora que lo pienso.
Nadie de los que está ahora
Estaba cuando yo estaba.
Pero el edifício sigue ahí
y yo acá, dos bloques habitados
pero com algunas muertes encima.

(Damían Ríos. Hace mucho tempo. Rosario: Ivan Rosado, 2017.)


Fotografia: Avenida Rio Branco – Photo Lopes Rio (Acervo Instituto Moreira Salles).

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