Granada, de Lara Galvão, é um livro em combustão — ou em rebentação. Um corpo-texto insurgente que irrompe em versos livres, revira mitos e atravessa ruínas contemporâneas com a força de um ventre em ponto de explosão. A poeta caminha por uma cidade insuportavelmente quente no inverno e igualmente desigual, evocando antigas vozes silenciadas — Medusa, Ifigênia, Eco, Enheduana — para dizer o indizível, nomear o que treme e resiste quando a mulher toma a palavra.
Fruto de atravessamentos pessoais e políticos, Granada é também uma arma ancestral, uma oração em forma de faca, um punho pequeno e feroz que escreve para romper ciclos, plantar revoluções e cantar o fim como recomeço. Mais do que um livro, é uma convocação: a quem lê, que se deixe atingir. Porque, não fossem palavras, seriam explosões.
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