Relatório máquina-máquina, de L. K. Nogueira, parte de uma premissa instigante: a narrativa que lemos é um relatório elaborado por uma inteligência artificial do futuro que busca reconstruir a vida de pessoas falecidas a partir de fragmentos digitais – textos, áudios, vídeos e outras sobras de memória. A narrativa se passa entre as décadas de 2050 e 2100, em um mundo devastado por uma catástrofe global que torna Brasília a última cidade habitável da Terra. Nesse cenário distópico, o romance se desdobra como uma espécie de arqueologia tecnológica, recompondo, aos poucos, a vida de Jafé, cuja trajetória é marcada por perdas.
Em meio ao caos e ao isolamento, Jafé revisita temas como amor, fé e identidade, enquanto sua jornada o aproxima de Nil, figura decisiva em sua travessia por um mundo em ruínas. A relação entre os dois se intensifica quando recebem um pedido incomum: ajudar no resgate de possíveis reféns mantidos em um bunker por um líder religioso. A partir daí, a narrativa ganha tons de suspense, tensionando ainda mais os limites entre humano e máquina, lembrança e ruína. Um romance que desafia certezas e explora o que sobra de humanidade em um mundo onde quase tudo se perdeu.
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